por Marcio Braz
Alerta aos descuidados: esse post não é exatamente sobre ballet.
Sim, as imagens são de ballet, mas o post é sobre psicologia humana... ou seria psicose??
Ok, ok, certo, também não vou falar sobre arquétipos e inconsciente, porque esse não é o objetivo do blog e, principalmente, porque, dada minha expertise no assunto, eu ia acabar misturando Freud com a velocidade do obturador e ia virar uma confusão generalizada. Então vamos lá....
Em pouco tempo descobri as vantagens psíquicas de se ter uma câmera na mão, um teclado pra soltar o verbo e pessoas com quem discutir e compartilhar ideias. Se, às vezes, para mim, é impensável fotografar quando o astral não está bom, por outro lado, às vezes, sinto que a arte é o espaço ideal para expressar e discutir inquietações e ideias.
Penso que, se no dia-a-dia, na vida prática, as teorias de administração nos recomendam reduzir riscos,
planejar ações, calcular o retorno esperado, no espaço criativo, a história é bem diferente! Uma ideia que luta pra sair do convencional precisa de mais riscos, mais ousadia.
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Bailarina: Luiza Hesketh
Foto: Marcio Braz
Local: SMU |
As ideias precisam de, eu diria, um pouco de destempero combinada com improviso. E, só assim, dando certo ou não, como por acidente, um banheiro pode virar palco, e o espelho, o espectador com o aplauso perfeito.
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Bailarina: Patricia Maia
Foto: Marcio Braz
Local: Estação, Lago Sul |
Creio que somente pressionando os nossos limites e desafiando a nós mesmos é que conseguimos nos conhecer e crescer, como profissionais e como pessoas.
Amante do sono bem dormido, sempre sonhei muito... digo: dormindo mesmo. Sejam sonhos fantásticos ou pesadelos terríveis, essas realidades imaginárias sempre me divertem no horário de "descanso". Direto do inconsciente, essas imagens são um prato cheio e vívido para a produção fotográfica. Tenho um anseio muito grande de tentar retratar um pouco disso, apesar de saber que as dificuldades técnicas são muitas.
De qualquer forma, aos poucos, tenho sentido a necessidade de transformar minha fotografia em algo mais intimista, mais expressivo, mais próprio.... não sei o que isso representa exatamente, mas sei que significa mudança.
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Bailarina: Patrícia Maia
Foto: Marcio Braz
Local: Estação, Lago Sul |
Por outro lado, creio que a diversidade das imagens que temos produzido demonstram um pouco do caldo cultural, mental e psicológico que é formado quando temos um trabalho de arte coletivo.
Se temos algumas fotos lúdicas, talvez elas decorram do estado de espírito em que se encontrava a bailarina que teve a ideia naquela semana.
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Bailarina: Maíra Brito
Foto: Marcio Braz
Local: L4 Sul |
Se temos fotos com uma atmosfera mais intensa, talvez elas decorram da interação do fotógrafo com o lugar... e que influenciou sua visão naquele instante, ainda que registrando um mero alongamento.
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Bailarina: Luiza Hesketh
Foto: Marcio Braz
Local: SMU |
Há, ainda, aqueles locais da nossa cidade que muito significam para uma ou outra pessoa. O local perfeito para um pode ser absolutamente desprezível para outro. Enfim, são diversos os fatos que afetam e conduzem à produção de uma determinada imagem.
E, é claro, há também aqueles instantes capturados quase que ao acaso nos ensaios. Momentos fugazes eternizados que surpreendem e falam por si.
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Bailarina: Patrícia Maia
Foto: Marcio Braz
Local: Lago Sul |
Talvez, esse seja o grande diferencial do Bailarinas do Cerrado. Entre outros projetos de fotografia de
ballet existentes no mundo, a diversidade tipicamente brasileira está estampada em nossos cenários,
cores, estilos.... ideias.
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Bailarina: Giselle Duarte
Foto: Marcio Braz
Local: 406 Sul |
E assim seguimos, tentando equilibrar os anseios, sonhos e pesadelos, as buscas individuais e coletivas, e ainda tentando retratar não apenas a dança, mas a aura das bailarinas.
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Bailarina: Rafaela Céo
Foto: Marcio Braz
Local: SMU |
Bom fim de semana a todos!